Todos os anos, a 22 de abril – o Dia da Terra – assinala-se o nascimento do movimento ecologista moderno que teve lugar em 1970. Esta efeméride tem como objetivo contribuir para a consciencialização da população mundial para os problemas que têm assolado o Planeta. É através desta e de ações afins que se promovem debates que são terrenos férteis onde se desenham, divulgam e alavancam soluções que permitem parar a destruição acelerada da Terra ou, pelo menos, reduzir o seu ritmo atual, assim como estratégias para proteger nichos que ainda não foram sujeitos à ação antrópica. Portanto, pretende-se convocar os cidadãos para a luta ambiental e induzir mudanças adequadas no comportamento humano e nas políticas às escalas local, nacional e global, pelo que estas iniciativas se revestem de enorme importância.
Entre os tópicos que devem ser alvo da preocupação coletiva, encontramos: (i) a desflorestação; (ii) a agricultura intensiva; (iii) a caça, o tráfico e a introdução indevida de espécies exóticas potencialmente invasoras; (iv) a pecuária insustentável; (v) a poluição do ar, da água e do solo associada, por exemplo, à atividade industrial, ao consumo de combustíveis fósseis, à utilização de materiais não recicláveis nem biodegradáveis e à exploração de recursos minerais.
Os problemas atrás elencados não são fictícios nem estão a anos-luz da atualidade. A comunidade científica tem recolhido cada vez mais evidências de que nos encontramos em plena crise ambiental e de que a ação humana é o seu agente etiológico mais relevante. E, mesmo que não existissem provas científicas, um pouco por todo o Globo já se sentem os efeitos da deterioração ambiental que nos vem assolando, frequentemente em cascata – qual castelo de cartas. Se não, vejamos. As alterações climáticas, devido à intensificação do efeito de estufa, manifestam-se, por exemplo, através do aumento da temperatura média da Terra, o que tem como consequências secas e degelo. Em consequência do degelo, verifica-se a subida do nível médio das águas do mar que ganham terreno aos continentes e os erodem. Acrescem as chuvas ácidas, a deterioração da camada de ozono, a presença de elevados teores de micro- e nanopartículas de plástico nos oceanos, a contaminação de aquíferos, a escassez de água potável, a saturação de solos com metais e pesticidas, a perda de biodiversidade e tantas outras consequências de alguns dos nossos atos com as quais temos de lidar já na atualidade, sem que, em muitas ocasiões, tenhamos plena consciência das relações causa-efeito subjacentes.