O MPT, face à decisão do Presidente da República de marcar eleições antecipadas para o dia 10 de março de 2024, considera que, apesar de achar ser certa a decisão de devolver a voz ao Povo, estas eleições acontecem novamente a meio de um segundo mandato de um governo, numa segunda vez consecutiva desde 2019.
Esta instabilidade que se resolve com eleições antecipadas, viciam as escolhas democráticas ponderadas e devidamente ponderadas de forma a garantir hipóteses de alternância, considerando então, que as eleições de março de 2024 não podem servir para perpetuar um jogo político que seja favorável ao partido do governo, como aconteceu nas últimas duas eleições.
Portugal precisa da estabilidade que só poderá ser obtida com o esforço conjunto de várias forças políticas que têm em comum valores de equilíbrio, estabilidade e seriedade programática para os próximos anos.
Face à impossibilidade de confiar nas propostas e nos nomes que se perfilam no partido de governo que nos trouxe até ao estado em que se encontra o Estado, o MPT apela à criação de uma solução de governo que una vários partidos numa coligação pré-eleitoral.
Essa solução existiu já no passado e chamava-se AD, Aliança Democrática, que teve a primeiro maioria absoluta em Portugal nos anos 80, sendo, infelizmente, terminada através do desaparecimento físico do seu líder, Francisco Sá Carneiro.
Sendo o MPT um partido fundado por um dos líderes dessa aliança, Gonçalo Ribeiro Telles, figura agregadora e visionária para muitos dos problemas que vamos enfrentar nos próximos tempos – crise energética, ecologia e ambiente, sustentabilidade económica, agricultura, cultura, ordem e respeitabilidade das instituições –, vem o MPT manifestar a intenção de iniciar conversações para que seja criada uma coligação de cariz pré-eleitoral de forma a evitar a progressão de forças radicais, como se teme.
Lembra ainda o MPT que a última grande vitória eleitoral da Direita contra forças da Esquerda obteve sucesso quando essa AD funcionou, nomeadamente nas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa, quando a coligação que elegeu Carlos Moedas soube unir os esforços iniciados, anos antes, com o resultado histórico de Assunção Cristas para a mesma autarquia.
Agora, é de Portugal que se trata…
O MPT não pode deixar de insistir na necessidade histórica de apresentar uma solução agregadora para os próximos anos e trazer a estabilidade e as ideias e valores que o País necessita.
Sendo que o risco de tal solução falhar, isso será um sinal que poderá haver uma polarização que não interessa nem ajuda a resolver os problemas deixados pelos últimos anos de governação por pessoas e métodos que não apresentaram nenhum valor acrescido à Democracia de Abril, iniciada há 50 anos.
Lisboa, 09 de novembro de 2023