Oceanos, Fontes de Vida

A 8 de junho celebra-se anualmente o Dia Mundial dos Oceanos, uma efeméride proclamada pelas Nações Unidas em 2008. O seu objetivo é relembrar aos seres humanos a importância dos oceanos, levando-os a celebrar os seus prodígios. Em 2021, o tema dos eventos celebrativos é: “The Ocean: Life and Livelihoods”, remetendo para a relevância dos oceanos enquanto fontes de vida e de recursos que a mantêm.
Os oceanos cobrem cerca de 70% do Planeta. São tão antigos quanto a própria Terra, e foi neles que surgiram os primeiros seres vivos. Não obstante permaneçam misteriosos, o que conhecemos dos oceanos permite-nos afiançar que são de extrema relevância para a vida no Planeta. Os oceanos produzem cerca de 50% do oxigénio. Esta produção é, em grande parte, da responsabilidade do fitoplâncton – conjunto de organismos aquáticos, microscópicos e fotossintéticos que são invisíveis aos nossos olhos nus mas essenciais. Os oceanos albergam grande parte da biodiversidade e, no total, correspondem à principal fonte de proteína para mais de 1 bilião de pessoas em todo o Mundo. Para além de fornecerem oxigénio, abrigo e alimento, os oceanos são fontes de água, energia renovável, produtos farmacêuticos, minerais, empregos e benefícios económicos. Acresce ainda que têm um papel capital na regulação do clima à escala global. Armazenam a maior parte da energia solar que chega à Terra, distribuem calor, e participam nos ciclos da água e do carbono sequestrando uma fração importante de dióxido de carbono da atmosfera.
Mas, os oceanos estão a adoecer. Estamos a retirar e a destruir recursos dos oceanos a uma velocidade superior à da sua reposição. Há comunidades de peixes a sofrerem perdas irreparáveis. Estamos a poluir. Os micro- e nanoplásticos acumulam-se nas massas de água, dos quais se irão alimentar inadvertidamente muitas gerações de invertebrados e peixes. Os oceanos estão a aquecer, levando à morte de recifes de corais e ao desaparecimento (por agora, lento, mas efetivo) de fitoplâncton. E, se estes microrganismos fotossintéticos declinam, o papel dos oceanos enquanto amortecedor de alterações climáticas enfraquece. Acresce que o fitoplâncton é um conjunto de produtores primários, ou seja, dele dependem, em primeira mão, as redes tróficas dos ecossistemas marinhos. Em consequência, muitas comunidades de organismos aquáticos ficarão ameaçados por escassez de alimento.
Chegou a nossa vez de retribuir aos oceanos tudo o que nos têm providenciado, de os proteger e deles cuidar. Temos de ser mais cuidadosos, criteriosos, punitivos e comedidos enquanto consumidores. Consumir menos energia e plástico, escolher peixe e marisco de proveniência sustentável, cuidar das costas marítimas, navegar de forma responsável, e ampliar conhecimentos neste âmbito são apenas alguns exemplos que podem fazer toda a diferença na nossa ação individual que, somada, se tornará global.
Em conclusão, é essencial reconhecer o impacte negativo da ação antrópica sobre o mundo aquático e, em particular, sobre os oceanos. É igualmente importante empreender ações que visem proteger e cuidar dos oceanos em perigo, em qualquer que seja a escala. Salvar os oceanos deve ser uma missão de todos e de cada um para todos e para cada um. Nas palavras do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres “A saúde dos nossos mares e oceanos é indissociável da saúde do nosso Planeta e de toda a vida na Terra.”

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