O 25 de Abril de 1974 foi um momento fundador da democracia portuguesa. Uma alvorada de esperança que devolveu ao povo português o direito à liberdade, à participação política, à justiça e à dignidade. O Partido da Terra MPT associa-se, com emoção e convicção, às comemorações desta Revolução dos Cravos, cuja memória deve ser preservada, honrada e atualizada.
Com o 25 de Abril, Portugal saiu da sombra do autoritarismo e deu início a um caminho de progresso cívico e social. Foi graças a essa transformação que hoje podemos debater ideias, construir alternativas políticas, educar livremente os nossos filhos e lutar por um país mais justo. A liberdade de expressão, o sufrágio universal, os direitos laborais e sociais, a proteção das minorias, a integração europeia, o serviço nacional de saúde e a escola pública são algumas das conquistas que devemos a essa madrugada libertadora.
Contudo, e passados 50 anos, ainda há revoluções por cumprir. A desigualdade social persiste, a exclusão cresce em muitas periferias, a desertificação do interior mantém-se e a participação política continua reduzida. Acresce a tudo isto uma das maiores urgências do nosso tempo: a emergência ecológica.
É neste ponto que o 25 de Abril ganha um novo significado. Foi a partir da liberdade conquistada que os primeiros movimentos ecologistas portugueses puderam surgir, alicerçados no espírito cívico e democrático então recuperado. O ambiente deixou de ser um tabu para se tornar uma preocupação pública, integrando gradualmente as agendas governativas e os programas escolares. A criação da Reserva Ecológica Nacional, a Rede Natura, as primeiras políticas de ordenamento do território, as lutas contra a poluição e a defesa da biodiversidade são filhos da democracia e irmãos da liberdade.
O Partido da Terra MPT vê na Revolução de Abril não só a ruptura com um passado opressor, mas o ponto de partida para uma nova forma de governar: mais próxima das pessoas, mais responsável com os recursos, mais justa para as gerações futuras. Porque não há liberdade sem sustentabilidade. Não há democracia plena sem justiça inter-geracional. E não há futuro sem um compromisso coletivo com a preservação do planeta.
Hoje, ao assinalarmos o 25 de Abril, renovamos também o nosso compromisso com uma revolução ambiental e cívica. Com políticas públicas que coloquem a saúde do território, o equilíbrio dos ecossistemas e a qualidade de vida das comunidades no centro da decisão política. Queremos um Portugal onde os cravos da liberdade floresçam em cidades despoluídas, em florestas ordenadas, em rios limpos e em práticas económicas sustentáveis.
A Revolução não terminou. Está em marcha – sempre que um cidadão planta uma árvore, exige ar limpo, participa num orçamento participativo, protege os animais, defende o seu território ou combate a injustiça ambiental.
Por isso, neste 25 de Abril, o MPT apela à memória, mas também à ação. À celebração, mas também ao compromisso. Porque só há liberdade plena quando esta se traduz numa vida digna, equilibrada e sustentável para todos.
Viva o 25 de Abril! Viva a Liberdade! Viva a Democracia Ecológica!