Celebra-se anualmente, a 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente. Em 2021, o Paquistão é o País anfitrião das celebrações oficiais que têm como foco a recuperação dos ecossistemas, sendo reimaginar, recriar e restaurar as palavras de ordem neste âmbito.
Andamos há muito tempo a sobre-explorar e a destruir os ecossistemas da Terra. De acordo com as Nações Unidas, cerca de 4,7 milhões de hectares de floresta são devastados todos os anos. No último século, destruímos aproximadamente metade da área ocupada por zonas húmidas, tendo estas sido, em grande parte, perdidas para a agricultura. As turfeiras, tal como as florestas, são ecossistemas absolutamente vitais por terem um papel muito importante no sequestro do dióxido de carbono – um gás com relevante papel no efeito de estufa. Atualmente, cobrem apenas 3% da superfície da Terra. Por todo o Planeta, cerca de 80% das águas residuais são descarregadas nos oceanos e rios sem tratamento prévio. Perto de 50% dos recifes de corais já foram destruídos, sendo que este valor pode chegar aos 90% em 2050, mesmo que se tomem medidas para a limitação do aumento da temperatura mundial para 1,5ºC.
Estes fenómenos aproximam-nos a passos largos da catástrofe. Acentuação do efeito de estufa e consequente degelo dos glaciares, perda de habitats naturais e de biodiversidade e resultantes extinção de espécies e disseminação de agentes patogénicos, escassez de alimentos e de água potável são apenas alguns exemplos das consequências negativas da ação humana sobre os ecossistemas.
Contudo, do mesmo modo que a ação humana tem efeitos negativos, poderá também dar frutos esperançosos. Este ano, a celebração do Dia Mundial do Ambiente lança a Década das Nações Unidas da Restauração dos Ecossistemas (2021-2030). O objetivo desta iniciativa será empreender uma missão de recuperação de biliões de hectares de ecossistemas por todo o Planeta. Entre outras, pretende-se levar a cabo ações que permitam eliminar a ameaça da extinção que paira sobre diversas espécies de planta e animais, plantar árvores, tornar as cidades mais verdes e limpar as costas. Com isto, será possível abrir avenidas de esperança para a recuperação do clima e para garantir o acesso a alimentos e a água potável no futuro, assim como criar vários postos de trabalho.
Das dez ações que compõem a estratégia geral desenhada pelas Nações Unidas para a década dedicada à recuperação ambiental, salientam-se: (i) a mudança de comportamentos globais; (ii) o investimento na investigação que permita identificar as melhores práticas para a restauração da qualidade ambiental; (iii) a capacitação de grupos marginalizados, tais como povos indígenas, mulheres e jovens, que são muitas vezes os mais prejudicados pela destruição dos ecossistemas. A estratégia da Década da ONU passa ainda por convocar agentes culturais e quaisquer entusiastas a fazer parte da #GeraçãoRestauração.
O que fizermos no que respeita à recuperação do meio ambiente, na década que se inicia este ano, será crucial para a nossa sobrevivência, porque esta depende de ecossistemas saudáveis.
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