Assinala-se a 9 de Maio o dia da Europa e, neste ano de 2021, o 71.º aniversário da célebre e histórica “Declaração Schuman”, que assentou em dois princípios fundamentais: paz e solidariedade.
Se em 1950 as nações europeias foram capazes de, em conjunto, sarar as feridas abertas e ultrapassar a devastação causadas pela Segunda Guerra Mundial, hoje, quando a emergência sanitária se juntou à emergência climática, uma resposta coordenada e urgente a nível europeu volta a ser essencial não só para impulsionar a recuperação económica e social, mas também para acelerar a transição para um modelo socioeconómico climaticamente neutro, resiliente, sustentável e inclusivo.
O programa NextGenerationEU, alinhado com o Green Deal, representa uma oportunidade histórica para a Europa alcançar a neutralidade climática em 2050 (importa recordar que o Regulamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência determina que, “pelo menos, 37% do valor global do PRR para os próximos cinco anos deverá estar afecto a reformas e investimentos que contribuam para o combate às alterações climáticas”) e assumir o papel dianteiro na transição do actual modelo económico, baseado numa economia linear de extracção, produção e eliminação, para um novo modelo com fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação.
A construção do projecto europeu tem falhas endémicas, várias delas expostas pela pandemia da Covid-19 (como é o caso da cooperação e da partilha de dados na área da saúde), mas importa lembrar – sobretudo aos nacionalistas e populistas de esquerda e de direita – que continua a ser o mais perfeito de todos os projetos de integração social e civilizacional do Mundo.
Por isso, no meio de uma crise sem precedentes, faz ainda mais sentido comemorar o seu dia.
