Há 49 anos que em Portugal celebramos o 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, em liberdade.
Em 1974, apenas uma semana decorrida após a revolução do 25 de abril, a celebração deste dia permanece ainda hoje como a maior manifestação popular da história portuguesa.
Se desde a sua origem esta efeméride esteve ligada à reivindicação de melhores condições laborais e salariais e foram muitas as conquistas alcançadas até agora, ela não pode deixar de servir para reflexão e projeções para o futuro, relembrando que o trabalho é uma das mais importantes dimensões da vida de qualquer pessoa, que vai bem mais além do que levar alimentos para casa e pagar contas.
Em Portugal, apesar da da recém adoptada Agenda do Trabalho Digno, persiste uma política de salários baixos e a precariedade dos vínculos laborais (que afecta sobretudo a nossa “geração mais qualificada de sempre”), continua a existir uma disparidade salarial entre homens e mulheres, mantêm-se quotas que impedem a progressão na carreira de milhares de funcionários públicos, os tempos de trabalho não permitem conciliar a vida pessoal, familiar e profissional e o risco de pobreza atinge uma elevada percentagem da população empregada.
No Dia do Trabalhador reafirmamos que nenhum País poderá ter um crescimento económico sustentável, sem que sejam criadas as condições que permitam que as pessoas tenham empregos de qualidade, estáveis e dignos, que alavanquem a economia e a coesão social e assegurem o respeito pelo ambiente.